A Escola Nacional de Ciências Estatísticas convida para a Defesa de Dissertação de Mestrado intitulada:
“Território e multiterritorialidade no Caju/RJ: a construção de um bairro central e periférico”
Aluna: Ana Claudia Bliggs Gutemberg
Data: 07 de março de 2024, quinta-feira
Horário: 14h
Local: ENCE - Rua André Cavalcanti, 106 – Sala 306 (Auditório) – Bairro de Fátima
Resumo: O Caju é um bairro da região central do município do Rio de Janeiro, pertencendo à Área de Planejamento 1 e à I Região Administrativa- Portuária. Contudo, o Caju não recebeu as melhorias que foram implantadas por ocasião da Operação Urbana Consorciada (OUC) Porto Maravilha. Já foi um bairro nobre, abrigando a Casa de Banho D. João VI, mas atualmente é periférico, abrigando inúmeros empreendimentos como o Porto e empresas navais/portuárias associadas juntamente com as de logística, os longos pátios para depósitos de contêiners e intenso fluxo de veículos pesados, além de sucessivos hospitais- um deles desativado e ocupado pela população cujo direito à habitação foi negado- e empreendimentos militares. Há ainda o complexo de cemitérios, grande referência do bairro para as demais localidades do Rio de Janeiro, como se o Caju se resumisse a morte. A parcela habitacional do bairro é composta majoritariamente por favelas. A chegada dos empreendimentos e a favelização fazem parte de um mesmo processo histórico, produzindo territórios e territorialidades que se relacionam através de embates e interesses antagônicos. Assim, o objetivo da pesquisa foi aprofundar a compreensão dos processos históricos que produziram e produzem os múltiplos territórios e territorialidades no bairro do Caju sob a perspectiva da justiça ambiental. Para atingir os objetivos, a pesquisa histórica passou pelo período colonial, imperial e republicano, analisando os principais atores e políticas associadas, entendendo o Estado como um agente em especial, dotado da capacidade de fazer pequenas concessões para a população, mas, agindo por excelência, a favor do capital e de seus detentores. A metodologia foi organizada em três eixos: método de interpretação, investigação e exposição. O método de interpretação utilizado foi o materialismo histórico-dialético. O método de investigação foi composto de dados censitários e documentos associados aos três períodos históricos já mencionados. O método de exposição foi composto pela introdução, três capítulos nos quais as noções lefebvrianas de espaço percebido/concebido/vivido foram o fio condutor e conclusão utilizando a noção de justiça ambiental como ferramenta de identificação, de denúncia e de criação de novas possibilidades menos opressivas para ser e estar no Caju enquanto população.
Palavras-chave: Porto do Caju. Injustiça ambiental. Território. Espaço concebido/vivido/percebido. Favelas do Caju.
Banca examinadora:
Dra. Leticia de Carvalho Giannella (ENCE/IBGE) – Orientadora
Dr. Romay Conde Garcia (ENCE/IBGE)
Dr. Jorge Luiz Barbosa (UFF)
Coordenação de Pós-Graduação
Angelita Alves de Carvalho