1. QUALIDADE AMBIENTAL DA LAGOINHA DAS TAXAS (RIO DE JANEIRO, RJ) POR MEIO DE PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO RÁPIDA
Autora: KARINE MARINHO DO NASCIMENTO DIAS
RESUMO: A Baixada de Jacarepaguá abriga o Sistema Lagunar de Jacarepaguá, formado por uma planície litorânea localizada na costa oeste do município do Rio de Janeiro. Possui também o Complexo Lagunar, formado pelas seguintes lagoas: Jacarepaguá, Camorim, Tijuca, Marapendi e Lagoinha das Taxas. A Lagoinha das Taxas, inserida no Parque Natural e Municipal do Chico Mendes (PNMCM), não possui atualmente monitoramento da qualidade de suas águas por parte dos órgãos gestores. O histórico de crescimento rápido e desordenado da população fez parte da degradação da qualidade das suas águas ao longo do tempo. Atualmente, a comunidade do entorno a Lagoinha e Canal das Taxas tem se mobilizado para o avanço da ordem urbana local. O presente estudo tem como objetivo a avaliação da qualidade ambiental da Lagoinha das Taxas, através da aplicação de diferentes Protocolos de Avaliação Rápida (PAR). A metodologia do trabalho inicia através da pesquisa bibliográfica, com o levantamento do histórico da área e caracterização estrutural do local. O segundo bloco de pesquisa foi a análise dos dados estatísticos existentes relativos à qualidade da água da lagoa. Em seguida foram elaboradas as metodologias de PAR de campo de Lagoas e PAR por imagens, adaptadas para a realidade local, sendo estes protocolos inéditas na bibliografia, desenvolvidos especificamente para o presente trabalho. No quarto bloco, foram aplicados os PAR de campo de Lagoas e PAR por imagem, sendo feitas também as observações das análises de índices químicos existentes. Interpolando os resultados obtidos, foi gerada a conclusão do trabalho sobre a situação da Lagoinha ao longo dos anos observados. Através dos resultados obtidos, entende-se que o PAR de imagem e o PAR de campo de Lagoas foram complementares na avaliação, sinalizando diversas inconsistências entre o que é proposto como Unidade de Conservação e o que se encontra no local. O PAR de imagem foi validado pelas análises estatísticas. Porém, o grau de classificação utilizado não contemplou todas as nuances de variações necessárias para avaliação final. O PAR de imagem e o PAR de campo de Lagoas, ambos inéditos e propostos para esta monografia, são entregues à sociedade e a comunidade científica como uma ferramenta de análise ambiental, frente às dificuldades de monitoramento clássico. Assim, outras localidades, de características semelhantes, podem encontrar na metodologia maior embasamento para suas análises.
Palavras-Chave: Lagoinha das taxas, qualidade ambiental, Protocolo de avaliação rápida.
2. RELAÇÕES DE GÊNERO NO AMBIENTE ESCOLAR: REPRESENTAÇÕES E PERSPECTIVAS DE ALUNOS(AS) DO ENSINO FUNDAMENTAL II, A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO NO BAIRRO DE RAMOS (RJ)
Autora: JÉSSICA COELHO PARREIRA DA SILVA
RESUMO: A presente monografia consiste na investigação das relações de gênero no ambiente escolar, a partir da observação, experiência e perspectiva de alunos(as) do 6° ano do Ensino Fundamental II de uma escola pública municipal situada no bairro de Ramos, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. As informações foram coletadas através de um questionário preenchido por esses estudantes no mês de julho de 2018, procurando aferir como essas relações se reproduzem e se configuram entre alunos, alunas e professores, e no espaço escolar como um todo. Inicialmente faz-se um panorama histórico-cultural sobre as relações de gênero na sociedade, a partir do conceito de gênero enquanto categoria analítica, seguido do debate sobre as questões de gênero na educação. Por fim, trabalha-se a dialética entre a escola e o seu entorno, demonstrando seus efeitos e influências através do conceito de efeito do território. Como resultado da pesquisa, foi observado que a escola e os processos educativos, assim como o efeito do território sobre os sujeitos e as instituições, são elementares no processo de percepção e de formação das identidades, ajudando a construir a visão que os estudantes possuem de si mesmos e dos outros(as) em sociedade. Sendo assim, é plausível reconhecer que a instituição escolar caminha na corda bamba, e ora se afirma enquanto condutora de um processo pedagógico transformador, ora se mantém como propagadora de ideais arbitrários culturalmente enraizados e não ajustados a uma democracia de direitos baseada na equidade social. Portanto, segundo os resultados da pesquisa, as perspectivas dos alunos(as) sobre as relações de gênero e diversidade no ambiente escolar analisado, foi o de reconhecimento dessas questões por ambos os sexos, obtendo não só uma identificação superficial sobre as temáticas abordadas pelo questionário, como também observações críticas durante o processo de coleta das informações, onde os alunos(as) enxergaram a si mesmos(as) e ao outro(a) como sujeitos das ações e/ou vítimas delas.
Palavras-chave: Relações de Gênero. Educação. Efeito do Território.
3. CONFIGURAÇÃO SOCIOESPACIAL DO COMÉRCIO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO – RJ: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS PRINCIPAIS REDES VAREJISTAS
Autora: NATALIA BRANDÃO CARIDÁ
Resumo: A mais recente transformação da agricultura foi a Revolução Verde, que instalou, a partir da metade do século XX, o paradigma dominante: a agricultura industrial. No entanto, esse modelo produtivo carrega uma série de contradições e tem diversas consequências negativas, que se manifestam tanto no âmbito social, quanto no ambiental. Nesse contexto, surgem – na verdade sempre estiveram lá, porém, manifestam-se mais ativamente e de diferentes formas – os “sistemas agroalimentares alternativos”, reconhecidos como um enfrentamento do modelo hegemônico. Entre essa infinidade de movimentos alternativos a agricultura orgânica vem se destacando como uma modalidade crescente da produção sustentável. Há, porém, a necessidade de se observar que esse movimento tem se mostrado uma bandeira na “globalização da problemática da qualidade alimentar” (FLEXOR, s.d., p. 4), dessa forma vem se caracterizando como um setor econômico a ser ampliado e explorado, um novo mercado que se desdobra a partir das tensões e riscos do modelo dominante. No caso dos alimentos orgânicos, convém destacar que os segmentos que cresceram mais expressivamente no Brasil são aqueles relativos à exportação e os que vislumbram, no mercado interno, o abastecimento dos grandes supermercados. No contexto de um mercado global cada vez mais competitivo as cadeias longas, pouco a pouco, vão suplantando as curtas (BLANC, 2009). Dessa forma, ganha destaque nesse trabalho a observação da inserção do setor supermercadista nesse cenário. Assim, a suposição que anima esse trabalho é que o processo de produção e comercialização de orgânicos não reflete necessariamente um modelo de contraposição ao sistema convencional, mas sim, um novo setor econômico alimentício restrito a certos estratos sociais. O trabalho teve como objetivo analisar a configuração socioespacial da comercialização de produtos orgânicos (essencialmente produtos in natura) no município do Rio de Janeiro a partir da espacialização das principais redes varejistas que praticam esse comércio. Dessa forma, ao mapear horizontalmente a configuração do comércio varejista de orgânicos, associando-a um perfil-socioeconômico, o presente trabalho vislumbra discutir, a partir do que já está presente na literatura, o funcionamento desse comércio e uma possível lógica socioespacial no comércio/consumo de orgânicos no município do Rio de Janeiro. A partir do que foi observado, podemos apontar uma tendência de o setor supermercadista dominar a comercialização de produtos orgânicos, o que no Rio de Janeiro fica claro nas principais vias de comércio desses produtos. Também sua orientação para o abastecimento de um público com maior poder aquisitivo e escolaridade, concentrado na Zona Sul e na chamada “Zona Oeste-Sul” (Barra e Recreio) da cidade. No mais, as restrições impostas nessa forma de comercialização – grandes varejistas – dificultam o acesso dos pequenos produtores. Dessa forma, o quadro observado no Rio de Janeiro evidencia o caráter de dependência da agricultura orgânica com o mercado tradicional, certa distorção desse movimento através de suas estreitas relações com esse mercado, especialmente com o setor supermercadista, sua principal via de escoamento atualmente.
Palavras-chave: agricultura orgânica; varejo de alimentos orgânicos no Rio de Janeiro; análise socioespacial; supermercados.
4. CARACTERIZAÇÃO DO DEPÓSITO TECNOGÊNICO DO PARQUE DO FLAMENGO (RIO DE JANEIRO/RJ)
Autor: DAVI MIRANDA SILVA
RESUMO: O trabalho apresenta a caracterização de um depósito tecnogênico com foco na gênese, cronologia e evolução do seu material constituinte. A partir de registros da história da formação urbana da orla da cidade do Rio de Janeiro e das demandas de deslocamento entre as zonas Sul e Central, verificou-se a necessidade da criação de um aterro, iniciado nos primeiros anos do século XX e que se estendeu desde o bairro da Glória, atravessando o Catete e o Flamengo, e, por fim, alcançou o bairro de Botafogo. Sua evolução resultou em um parque voltado para lazer e atividades esportivas com vista da Baía de Guanabara e seus arredores. O estudo dos materiais formadores do Parque do Flamengo exigiu a produção de um trabalho descritivo dividido em várias etapas. Para tanto, elencou-se uma pesquisa bibliográfica, seguida de etapas de mapeamento, trabalhos de campo com coletas de amostras dos depósitos por meio de sondagens operadas a trado manual e entrevistas no órgão responsável pela administração do parque. Posteriormente, as amostras foram encaminhadas para análises laboratoriais e procedeu-se a elaboração de mapas ilustrando a cronologia e a origem dos depósitos. A partir da junção destes dois mapas elaborou-se o mapa final de unidades tecnogênicas. Cada unidade foi caracterizada também de acordo com as observações de campo, análises morfológicas, físicas e químicas dos materiais, com o objetivo de verificar a possível ocorrência de pedogênese e sua intensidade. Ao analisar os resultados laboratoriais e considerar uma ponderação com as informações de campo, verifica-se que não existe relação direta entre o grau de evolução pedogenética dos materiais com o intervalo de tempo em que este foi depositado. O nível pedogenético dos depósitos está ligado justamente ao equilíbrio entre as características de origem do material com a idade de deposição do mesmo. Porções do aterro depositadas em diferentes épocas têm sua gênese em morros formados de solos residuais de rocha gnáissica, fato que é facilitador à pedogênese quando comparado a áreas que receberam materiais oriundos de entulhos recolhidos em obras e do fundo da Baía de Guanabara, sendo este último, o material que apresentou características de solo mais jovem e menos pedogeneizado, independentemente do ano de deposição. O fator tempo somente poderá ser considerado como preponderante em casos dos depósitos com origem em mesmo tipo de fonte. Mesmo com as considerações acima, as análises físico-químicas mostram que a pedogênese é dificultada por agentes tecnogênicos encontrados na estrutura do solo.
Palavras-chave: Depósito tecnogênico; Geomorfologia antropogênica; Pedogênese
5. ANÁLISE DA QUALIDADE TÉCNICA DOS LEVANTAMENTOS FAUNÍSTICOS EM ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL
Autora: VANESSA DE ARAÚJO COUTINHO
RESUMO: Os empreendimentos passíveis de confecção de estudos de impacto ambiental devem conter o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto. Nele, o levantamento de fauna deverá conter lista de espécies, descrição detalhada da metodologia a ser utilizada no registro de dados primários e esforço amostral para cada grupo em cada fitofisionomia, contemplando a sazonalidade para cada área amostrada. Considerando essas questões, o presente trabalho teve como objetivo geral analisar a qualidade técnica dos levantamentos de fauna de vertebrados para EIA no Sudeste e propor instruções técnicas para cada grupo de vertebrados. Dos 30 EIAs analisados, 11 apresentavam corpos d’água. Somente 17% (p/ terrestres) e 18% (p/ peixes) dos EIAs analisados fizeram o levantamento de fauna em mais de uma estação do ano. Para os terrestres, 20% não apresentou o esforço de campo empregado e 44% foram feitos em pelo menos quatro dias, sendo respectivamente 64% e 18% para peixes. Em todos os grupos ao menos metade não apresentou nenhuma estatística de suficiência amostral, também a grande maioria não apresentou nenhum dado populacional ou índice de diversidade. Dos parâmetros analisados, a apresentação de uma lista de espécies importantes foi o parâmetro melhor cumprido pelos estudos ambientais para todos os grupos faunísticos. Busca Ativa foi a técnica mais utilizada para herpeto e mastofauna. Para Aves, os métodos de contagem prevaleceram sobre os de listagem e rede de neblina quase não foi utilizado. Somente nove estudos inventariariam quirópteros. Seis estudos não apresentaram técnica para peixes e somente três utilizaram mais de uma técnica de rede. Termos de Referência vagos e genéricos ocasionam estudos ambientais insuficientes e improdutivos, já que, além de dados ruins, os resultados também não são divulgados de maneira a serem incorporados pelo conhecimento científico formal das populações inventariadas por cada estudo. A fim de melhorar a qualidade técnica e o poder de previsão de impactos futuros, os estudos ambientais devem respeitar uma série de exigências técnicas como a inclusão de sazonalidade, apresentação de índices populacionais e de curva do coletor, além da utilização de uma combinação de técnicas mínima para cada grupo de fauna que possibilitarão uma amostra mais adequada dos dados reais de cada localidade.
Palavras-chave: Fauna; Estudo de Impacto Ambiental; Licenciamento; Técnicas; Levantamento.
6. TRANSFORMAÇÕES DA PAISAGEM DA ZONA PORTUÁRIA DO RIO DE JANEIRO ASSOCIADAS AO PROJETO PORTO MARAVILHA, 2010-2017: UMA ABORDAGEM ENVOLVENDO SIG
Autor: RENATO DA SILVA LOPES
RESUMO: A presente monografia tem como objetivo analisar as transformações na Zona Portuária do Rio de Janeiro em decorrência das obras da Operação Urbana Consorciada do Porto Maravilha, com foco nas modificações da paisagem e morfologia urbana, para isso foram selecionados seis logradouros, sendo eles: Avenida Barão de Tefé, Avenida Professor Pereira Reis, Rua do Jogo da Bola, Rua do Livramento, Rua Pedro Ernesto e Rua Sacadura Cabral. Mapas foram elaborados fazendo uso dos dados do IPP através de geotecnologias com o software ArcGis 10.3, os levantamentos de campo e remoto realizados em dois períodos 2010 e 2016/2017, serviram para exemplificar tais mudanças. Na primeira data os levantamentos realizados remotamente fizeram uso da função Street View do Google Earth e na segunda data os dados foram coletados por trabalhos de campo com visitas in loco. Três categorias foram analisadas, sendo elas: Uso, Situação e Período. Os dados coletados serviram para ilustrar e discutir acerca das intervenções que ocorreram e de que maneira possivelmente influenciaram negativa ou positivamente os moradores da região. Comparando os mapas elaborados, algumas mudanças são facilmente percebidas, ao passo que outras necessitam de uma análise mais detalhada para serem notadas. O que se pôde concluir é que o Porto Maravilha se materializou até o momento de forma diferente entre os logradouros analisados e em distintos trechos dos mesmos logradouros.
Palavras-chave: Renovação Urbana. Porto Maravilha. SIG. Transformação da Paisagem.
7. ANÁLISE DA EFETIVIDADE PROTECIONISTA DO PARQUE ESTADUAL DA COSTA DO SOL - REGIÃO DOS LAGOS, RIO DE JANEIRO
Autor: GEORG DE OLIVEIRA MÜLLER
RESUMO: O Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio (CDVCF), na Região dos Lagos do Estado do Rio de Janeiro, é uma área com grande heterogeneidade no ambiente, apresentando condições climáticas, geomorfológicas, hidrológicas e biológicas distintas quando comparadas às de outras áreas litorâneas do restante do Estado. Estas características únicas se refletem em sua biodiversidade, apresentando alta riqueza de espécies vegetais e um grande número de endemismos. Estes fatores o tornam uma área prioritária para a conservação, fato que levou ao estabelecimento de diversas Unidades de Conservação na região. O Parque Estadual da Costa do Sol (PECSol) é uma das mais importantes destas, sendo concebido de forma multissetorial devido à disposição dos remanescentes vegetacionais na paisagem É formado por 43 áreas distintas, agrupadas em quatro grandes núcleos: Sapiatiba, Massambaba, Atalaia-Dama Branca e Pau-Brasil, espalhadas pelos municípios de Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Armação dos Búzios e São Pedro da Aldeia. Diversos estudos em Ecologia de Paisagens, ciência que incorpora a vertente espacial às funções ecológicas, buscam identificar padrões na distribuição espacial de fragmentos vegetacionais, a fim de avaliar a capacidade destes em sustentar populações de determinadas espécies a longo prazo, baseando-se em métricas como tamanho das áreas de habitat natural, formato dos fragmentos, distância deles entre si e sua disposição na paisagem. Considerando a natureza fragmentada do PECSol, este trabalho teve como objetivo avaliar, através de métricas de paisagem, a efetividade do PECSol como elemento protetor da biodiversidade do CDVCF, considerando seus 43 fragmentos como eventuais remanescentes únicos de áreas naturais na região. Os resultados apontaram que os fragmentos do PECSol, de uma maneira geral, têm alto grau de suscetibilidade a efeitos de borda, i.e., perda de diversidade por exposição a fatores do ambiente. Estes fragmentos sofrem forte pressão de atividades antrópicas em sua imediata vizinhança, como pastagens, crescimento das áreas urbanas, extração de sal e atividades turísticas. A conectividade entre os fragmentos é baixa, estando muitas de suas populações confinadas a um único fragmento ou a um conjunto de poucos pequenos fragmentos, tendo o núcleo Massambaba apresentado os melhores índices de conectividade e disponibilidade de habitat. Com isso, constatou-se que o PECSol, sozinho, é um instrumento pouco efetivo na proteção da biodiversidade do CDVCF a longo prazo. A adição de outras áreas a seus limites, como as dunas do Peró e a Ilha de Cabo Frio, é recomendada. Também, a recuperação de áreas degradadas na paisagem e a criação de corredores ecológicos entre os fragmentos ajudariam a aumentar a disponibilidade de habitat na região. O planejamento e gestão do PECSol em conjunto com as outras Unidades de Conservação da região é desejável para um melhor controle sobre os impactos sofridos pelos remanescentes vegetacionais.
Palavras-chave: Parque Estadual da Costa do Sol; Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio; Conservação da Natureza; Ecologia de Paisagens; Métricas de Paisagem
8. COLETORES DE LIXO NO BRASIL EM 2013: ANÁLISE SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE
Autora: THATIANA DOS SANTOS TEIXEIRA
RESUMO: Os catadores de materiais recicláveis podem ser considerados elementos-chave no processo de sustentabilidade ambiental, desempenhando importantes atividades para o tratamento adequado dos resíduos sólidos. Apesar disso, estudos mostram que esse grupo profissional possui condições bastante precárias de trabalho. Tendo isso em vista, este trabalho analisa a dinâmica de trabalho e as condições de saúde dos coletores de lixo no Brasil no ano de 2013, estabelecendo comparações com a totalidade dos trabalhadores ocupados em outras profissões. Para isso, exploraram-se os dados quantitativos da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, os quais foram analisados por meio de estatística descritiva e modelo de regressão logística. Pôde-se verificar que os catadores são em sua maioria do sexo masculino e de cor/raça negra, com uma média de idade de 44,8 anos, com baixa escolaridade, com relações de trabalho fortemente marcadas pela informalidade e baixa renda, com um alto percentual de consumo abusivo de bebidas alcoólicas e de uso do tabaco, com grande exposição no trabalho a diversos fatores que podem afetar a saúde e uma maior ocorrência de acidentes de trabalho quando comparados com os demais trabalhadores. Por meio de modelos estatísticos, pôde-se constatar que homens, mais velhos, com baixa escolaridade, de cor/raça preta ou parda, com baixa remuneração e que fazem uso do tabaco e/ou do álcool diariamente apresentam uma maior chance de ocuparem a profissão de catador. Além disso, destaca-se também que indivíduos que possuem algum tipo de deficiência e que apresentam uma maior exposição no trabalho a fatores que afetam a saúde estão mais presentes entre os catadores do que entre os demais profissionais. Dessa forma, tais resultados retratam que os trabalhadores da coleta de materiais recicláveis do Brasil constituem uma fração da força de trabalho bastante vulnerável, sendo permeada por diversas formas de precariedade laboral. Nesse sentido, é necessário que os agentes governamentais de saúde enfrentem a problemática das condições de trabalho e saúde dos catadores, construindo intervenções voltadas para o reconhecimento dessa categoria profissional e a geração de trabalho e renda dignos a esses trabalhadores.
9. GESTÃO DE PASSIVO AMBIENTAL DE ATIVIDADE MINERADORA: O CASO DA LAGOA AZUL EM TANGUÁ, RJ
Autor: CARLOS EDUARDO DA SILVA SACRAMENTO
Este trabalho trata da questão da responsabilidade pela recuperação de áreas degradadas por mineração, que, em muitos casos, se tornam passivos ambientais. Existe a necessidade de ampliação do debate dentro das empresas, nas esferas públicas e no ambiente acadêmico com o intuito de progressos na legislação, no preparo técnico e na conscientização ambiental, de forma que as atividades minerárias, tão necessárias para o mundo moderno, consigam diminuir o tamanho dos danos ambientais causados. Neste contexto, foi realizado um estudo de caso no município de Tanguá, no Estado do Rio de Janeiro, em uma mina a céu aberto de exploração de nefelina sienito com atividades suspensas, que gerou a formação de uma lagoa artificial no local da cava. Esta, denominada de Lagoa Azul, vem se tornando popular rapidamente através, principalmente, das redes sociais, atraindo mais pessoas, muitas delas de fora do município. Foi feito o acompanhamento da popularidade da lagoa e a frequência de visitação da área pela internet. Outras etapas de desenvolvimento da pesquisa envolveram a ida ao campo, respeitando o limite da área, levantamento e registros fotográficos, pesquisas em bibliotecas físicas e digitais, contatos e coleta de dados com as instituições que lidam diretamente com a área, com a questão mineira e a questão ambiental. A partir disso, foi realizado um levantamento das responsabilidades sobre o passivo ambiental estudado sob a ótica das esferas envolvidas: a Mineração Sartor, a Prefeitura Municipal, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), além dos visitantes da área. As responsabilidades da mineradora estão sendo cumpridas burocraticamente até certo ponto, pois a mesma demonstra estar se eximindo da responsabilidade das invasões na área da mina para uso recreativo da área. O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, feito por questões burocráticas e entregue ao INEA, ignorou qualquer tipo de uso pela comunidade vizinha. O Plano de Fechamento de Minas está sendo cumprido de acordo com a necessidade, porém não prevê o uso da lagoa. Como a mina está com atividades suspensas, não há obrigatoriedade de execução do Plano de Fechamento de Minas. Se a mineradora está dentro do que as Normas Reguladoras de Mineração do DNPM exigem, o problema se encontra na (falta de) legislação específica sobre fechamento de minas e recuperação de passivo ambiental. Exemplos nacionais demonstram que é possível realizar um trabalho de recuperação da área sem excluir a comunidade vizinha e atendendo interesses da própria mineradora, da Prefeitura Municipal e dos visitantes.
10. VULNERABILIDADE SOCIOECONOMICA COMO FATOR DE EXPOSIÇÃO À VIOLÊNCIA LETAL: UM ESTUDO SOBRE O ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM 2016
Autor: DANIEL CESÁRIO BAESSO
O presente estudo busca avaliar a associação espacial da ocorrência de homicídios em relação à distribuição de acesso à serviços públicos e às condições de vida nas diferentes regiões do estado do Rio de Janeiro durante o ano de 2016. Medidos através de indicadores de desenvolvimento sociais selecionados, ressalta-se que o trabalho não tem por finalidade implicar relações causais ou esgotar a análise dos diversos indicadores possíveis para medição do acesso aos equipamentos urbanos. Pretende-se relacionar dados econômicos, sociais e de infraestrutura com as taxas de violência letal, partindo do pressuposto que os diferentes padrões espaciais influenciarão na distribuição e tipificação da violência letal no Estado. Não se espera inferir uma relação de causa e efeito, pois não se tratará de uma modelagem, mas, sim, buscar associações entre indicadores e ocorrência da violência letal. Para isso, deseja-se abarcar as dimensões de infraestrutura, social e econômica, buscando analisar as distribuições espaciais dos dados no território, com o intuito de compreender de forma geral a influência destas variáveis em conjunto com a violência. O pressuposto norteador desta pesquisa é que áreas mais desassistidas pelo poder público, com precariedade de serviços básicos e em condições socialmente desiguais, estão mais suscetíveis aos efeitos da mortalidade violenta e que a vulnerabilidade social e a ausência do Estado estão inseridas na mesma lógica de reprodução da mortalidade violenta no território.
11. UMA ANÁLISE DA VULNERABILIDADE MARINHA DE HABITATS SUBMERSOS EM DECORRÊNCIA DAS ATIVIDADES COSTEIRAS, O CASO DO PORTO DO FORNO NO MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO – RJ
Autor: DANIEL MACHADO DE OLIVEIRA
A substituição de paisagens naturais por áreas antrópicas pressiona os limites ambientais, comprometendo suas funções ecológicas e levando à degradação. Além disso, a ocupação de espaços sem planejamento pode expor diferentes grupos de indivíduos a inúmeros riscos, aumentando sua vulnerabilidade. O município de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, reflete esta dinâmica, e suas principais atividades econômicas disputam a utilização do espaço, sendo seus problemas ambientais potencializados pelas atividades do porto do Forno, na Enseada dos Anjos. O risco de poluição por derrame de óleo obriga que esta instalação portuária disponha de um Plano de Emergência Individual para o combate à eventuais acidentes, além da elaboração de um mapeamento de sensibilidade e vulnerabilidade ambiental baseado nas Cartas de Sensibilidade ao Óleo. No entanto, muitas das técnicas empregadas para a avaliação e a contenção dos acidentes são insuficientes para lidar com a poluição nos habitats submersos, onde estudos recentes vêm identificando grandes níveis de contaminação. Assim, o presente trabalho visa propor uma abordagem de avaliação da vulnerabilidade marinha, com foco nas comunidades bentônicas, considerando os habitats submersos no processo de tomada de decisão. Para tanto, foi realizado um trabalho de revisão da literatura para caracterizar a área de estudo e levantamento de campo para subsidiar a proposição de uma abordagem de avaliação. A análise dos dados coletados mostrou que a vulnerabilidade marinha proposta para a região não é suficiente para avaliar a sensibilidade e os impactos nos habitats submersos. Em razão disso foi sugerida uma nova abordagem de avaliação para o cenário de expansão das atividades de apoio offshore do Porto do Forno.
12. (IN)JUSTIÇA AMBIENTAL E SEGREGAÇÃO ESPACIAL NO ATERRO CONTROLADO DO MORRO DO CÉU, NITERÓI/RJ
Autor: GABRIEL DE SOUZA DUMAS
A evolução da história da humanidade está intimamente ligada ao aumento da produção de resíduos e ao processo de formação das cidades e, posteriormente, à revolução industrial. Desta maneira, a destinação e a gerência dos resíduos urbanos se tornam urgente para as cidades, uma vez que a relação entre o lixo e o homem se intensifica e passa a refletir uma desigualdade ambiental. É a partir de tal contexto que esta monografia estudará os problemas da implantação do Aterro Controlado do Morro do Céu (ACMC), localizado no bairro do Caramujo, zona norte de Niterói. Esse aterro contribuiu de forma negativa para a transformação do espaço, que conta com pouca assistência do estado. Para este estudo, torna-se relevante a caracterização do bairro, associando-o aos processos de metropolização, bem como o estudo e entendimento dos processos de injustiça e racismo ambientais que ocorrem nessa porção do espaço. O uso da ferramenta SIG foi fundamental para análise e geospacialização de indicadores de desigualdade ambiental, derivados da compilação dos dados do Censo Demográfico 2010 e das Bases Cartográficas do IBGE e da Prefeitura de Niterói. Por fim, serão apresentados mapas evidenciando as desigualdades existentes na região do ACMC, demonstrando de que maneira a segregação socioespacial e o racismo ambiental confrontam as políticas de justiça ambiental e contribuem para o aumento da desigualdade.
13. CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS IMIGRANTES DE ÚLTIMA ETAPA NO MUNICÍPIO DE SORRISO, MT
Autora: GABRIELA DA SILVA MACHADO
O presente trabalho faz uma análise sobre o processo de formação social, econômico e demográfico do município de Sorriso, considerando as transformações na agricultura moderna e busca entender como a expansão desse processo de produção e reprodução do espaço influenciou nos fluxos migratórios direcionados ao estado de Mato Grosso, ao eixo de expansão do capitalismo agrícola formado pela construção da BR 163 e, sobretudo ao município de Sorriso, e na inserção socioeconômica desses imigrantes no município. A contextualização histórica considera a ocupação desses territórios antes do século XX, fazendo uma revisão acerca dos movimentos colonizadores, a partir do século XX com os movimentos que objetivavam ocupar os “vazios demográficos”, movimentos impulsionados pelo desenvolvimento da agricultura moderna e pela implementação da cadeia carne grãos nos anos 2000, tomado como uma referência temporal, devido a implementação do sistema no estado, objetivando suprimir os efeitos da diminuição do preço das commodities no mercado internacional. Utilizou-se micro dados dos Censos Demográficos de 2010, publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para a análise do perfil do imigrante atraído para o município a partir desse momento. Para cada ano, foram avaliadas as características sociodemográficas destes imigrantes que residem em Sorriso, ininterruptamente, há menos de dez anos. Foram levantadas, também, informações sobre condições de trabalho e ocupação e observadas diferenças no perfil destes imigrantes período analisado e posteriormente os resultados obtidos com os micro dados foram discutidos à luz da teoria apresentada pelo trabalho, demonstrando que não há aleatoriedade na escolha de local para migração e tampouco na inserção desses imigrantes na cadeia produtiva.
14. PROPOSTA METODOLÓGICA DE VALORAÇÃO PARA PSA EM TERRAS PRIVADAS NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE GUAPI-MIRIM
Autora: LAÍS SILVÉRIA DE OLIVEIRA
A Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim está localizada no Estado do Rio de Janeiro, correspondendo a uma área total de 13.930 ha, abrangendo os municípios de Guapimirim, Magé, São Gonçalo e Itaboraí. Nela é possível encontrar áreas de manguezal em diferentes estágios, a maior parte em terras públicas, mas também em áreas de domínio privado, conforme permitido pela categoria da unidade de conservação de uso sustentável. O presente trabalho buscou reunir informações a respeito das possibilidades no âmbito do pagamento por serviços ambientais, nas quais sejam possíveis de enquadrar as terras privadas da APA de Guapi-Mirim. Investigamos se existem opções econômicas interessantes para os proprietários dessas terras, recuperando ecossistemas naturais nessa UC, para tanto delimitando como atributo o estoque de carbono. Foram coletados dados da estrutura arbórea em uma área de 200m², como o DAP (diâmetro a altura do peito) e altura das árvores das espécies de Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle com a finalidade de calcular a biomassa aérea e em seguida o estoque de carbono. Os resultados de 20,7 toneladas de carbono para árvores de L. racemosa e 1,4 toneladas de carbono para a espécie R. mangle foram extrapolados para a área total das fazendas (1.923ha), que juntas equivalem ao tamanho da Estação Ecológica da Guanabara, unidade de conservação que localizada dentro da APA de Guapi-Mirim. Por meio de pesquisa bibliográfica exploratória reunimos informações sobre os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) no Brasil. Como parte dos resultados de nossa pesquisa, verificamos que, no país as informações sobre o tema não aparecem consolidadas, assim como inexiste um controle institucional responsável por monitorar projetos dessa natureza.
15. A RELAÇÃO ENTRE CAPITAL E ESTADO NA OUC DO PORTO DO RIO DE JANEIRO
Autora: MARCELA LARISSA APOLINÁRIO MIAN
Este trabalho analisa a relação entre capital e Estado a partir da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro, um projeto de revitalização urbana que será considerada sob a ótica da conjuntura político-econômica neoliberal, na qual uma de suas características é a passagem da regulação de alguns setores públicos do Estado para a iniciativa privada. A hipótese considerada é que, ainda que a OUC do Porto do Rio se apresente como um projeto articulado à dinâmica global de transformação das cidades e se justifique pelos mesmos motivos usados por outras cidades que adentraram o mercado mundial (uma forma de desenvolver projetos sem que fossem necessários gastos públicos), a operação, contudo, foi elaborada por agentes privados e políticos locais que lançaram mão de instrumentos da financeirização urbana para assegurar seus interesses, deixando os riscos e os ônus do projeto a cargo dos cofres públicos. Serão abordados textos que traçam a relação entre o governo e outros agentes envolvidos (principalmente as empreiteiras e o FGTS) com o intuito de tomar consciência da transescalaridade do processo— já que, pelo princípio de Vainer (2001), mesmo com a liderança local na gestão do projeto, ainda há interferência de outras escalas no fenômeno estudado. Tais interferências serão buscadas ao fazer a análise de um estudo de caso: o Edifício L ́Oréal. A fundamentação e desenvolvimento teórico do estudo utiliza como referência os trabalhos de Harvey (2005, 2006) sobre empreendedorismo urbano, a teoria da transescalaridade dos processos e do Planejamento Estratégico de Vainer (2001, 2009, 2011), a teoria da cidade como negócio de Alvarez, Carlos & Volochko (2015), a crítica às OUCs no contexto brasileiro de Ferreira (2001, 2004), Fix (2001, 2002, 2011), e Maricato (2002), além das pesquisas acerca da OUC do Porto do Rio de Janeiro de Giannella (2013, 2015) e Werneck (2016, 2017a, 2017b).
16. MORFOMETRIA DE ENCOSTAS E REVEGETAÇÃO EM CICATRIZES DE MOVIMENTOS DE MASSA: UM ESTUDO DE CASO EM NOVA FRIBURGO / RJ
Autor: MIKAEL FONSECA LEMOS
Movimentos de massa desencadeados por altos índices de precipitação em um curto intervalo de tempo são uma problemática recorrente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, sobretudo nas áreas mais próximas às escarpas da Serra do Mar. No estado do Rio de Janeiro, a concentração de chuvas aliada às características fisiográficas da região serrana geram condições propícias para a ocorrência de movimentos de massa, que deixam rastros de destruição na paisagem e transportam vertente abaixo diversos tipos de material. O estudo de caso analisado tem início no evento pluviométrico extremo ocorrido em janeiro de 2011 na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, no qual, particularmente, Nova Friburgo foi o município que apresentou maiores índices pluviométricos em 24h, sendo o mais atingido por elementos como enchentes e movimentos de massa. Tendo como base o shapefile das cicatrizes de movimentos de massa elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Nova Friburgo (SMMA/NF), o objetivo deste trabalho é verificar, após aproximadamente 5 anos, o estado do processo de revegetação de cicatrizes na área de estudo em questão, que abrange parte da alta vertente, além da média e baixa vertente da bacia do Córrego Dantas, situada no município de Nova Friburgo / RJ. Para tal, foi realizada a comparação do shapefile das cicatrizes de movimentos de massa (janeiro de 2011) com as imagens de satélite RapidEye (5m.) de 2015. Desta forma, buscou-se identificar a associação entre morfometria de encostas (declividade, orientação de vertentes e curvaturas de encostas) e o processo de revegetação nestas áreas, que apresentam em grande parte uma formação vegetacional típica do bioma Mata Atlântica. Para o processamento destes dados utilizou-se o software ArcGIS 10.0. Os resultados demonstram que cerca de 80% das áreas de cicatrizes passíveis de revegetação iniciaram o reestabelecimento de sua cobertura vegetal de forma espontânea no período de 2011 a 2015. Verificou-se que o processo de revegetação apresenta melhores resultados em áreas de menor elevação, nos trechos de baixa declividade das encostas, e em encostas voltadas para a componente Norte. Tendo em vista os resultados obtidos, torna-se possível apontar que o mapeamento da cobertura vegetal em cicatrizes, associado à morfometria de encostas, pode se configurar como uma ferramenta válida para exposição de tendências sobre o processo de revegetação em cicatrizes de movimentos de massa.
17. ESPAÇO URBANO, INJUSTIÇA AMBIENTAL E LUTAS EMANCIPATÓRIAS NO ENTORNO DO ATERRO METROPOLITANO DE JARDIM GRAMACHO, DUQUE DE CAXIAS/RJ
Autora: NATÁLIA BURITY DE ALMEIDA TEIXEIRA
A imposição da instalação de empreendimentos potencialmente poluidores em espaços desvalorizados pelo capital é um dos elementos que denunciam a dominação do espaço urbano pela via da “chantagem locacional”, como ocorrido no território de Jardim Gramacho. A instalação do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho num contexto de precariedade habitacional engendrou a expansão urbana local e (re)organização espacial orientadas pelos subcircuitos econômicos ligados a economia do lixo ali consolidada. Nesses moldes, a temática do estudo se refere à injustiça ambiental que se materializa no espaço urbano face ao gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos. A pesquisa teve por objetivo caracterizar os elementos histórico-geográficos do contexto de injustiça ambiental em que estão inseridas as comunidades do entorno do antigo Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, verificando a rede local de atores que atualmente se articulam na luta por justiça ambiental. Para tal, analisou-se a história de produção do território no contexto em que está inserido, isto é, foi considerada a relação global-local de sua formação a fim de apontar a diversidade de atores que vem produzindo esse espaço desigual. Associado a isso, as verificações em campo, as entrevistas com lideranças locais, o método de observação participante junto a um movimento social local e a análise de dados estatísticos apoiada na cartografia temática reputaram uma realidade injusta, onde há uma rede de atores protagonizando lutas emancipatórias e projetando ensaios de mobilização de estratégias na tentativa de subverter a precarização de direitos das comunidades ou, ao menos, impedir ainda mais retrocessos nesse território em disputa. O debate aqui proposto ganha contornos mais amplos ao compreender a noção de justiça ambiental sob a perspectiva do conflito. Isso porque à luz da contraditoriedade que se expressa no território, o processo de encerramento do aterro desprovido de quaisquer ações efetivas de inclusão integral dos moradores reiterou as suas condições desiguais e injustas.
18. USOS DO TERRITÓRIO E A GESTÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS: AS RELAÇÕES NA APA CARAÍVA TRANCOSO (PORTO SEGURO, BA)
Autora: RAÍSSA TAMASSIA CÔRTES
A política das unidades de conservação no Brasil, regulamentada pela Lei Federal no 9.985/2000 do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), reforça uma visão dicotômica entre o ser humano e a natureza para que sejam atingidos os objetivos da conservação. Associado a isso, há a concepção legal de garantia da participação das comunidades na gestão das Unidades de Conservação (UCs), muitas áreas protegidas possuem seus conselhos gestores desmobilizados, seus planos de manejo inexistentes ou desatualizados, e, mesmo assim, nem sempre tais instrumentos asseguram a efetiva participação dos agentes que produzem e utilizam o território. O presente trabalho teve como principal objetivo caracterizar os usos do território na Área de Proteção Ambiental Caraíva Trancoso (Porto Seguro, BA) a partir das relações sociais desenvolvidas após a criação da unidade, em uma análise em que se evidencia o lapso existente entre as expectativas iniciais de sua instalação e a sua conjuntura atual. A primeira parte da pesquisa contemplou um levantamento documental, inclusive com informações coletadas junto aos órgãos gestores, que permitiu a contextualização histórica da criação da APA Caraíva Trancoso. As informações coletadas mostraram que não houve consulta a comunidade local para implementação da unidade, desconsiderando as comunidades que ali viviam e a forma como elas usavam o seu território. Em seguida, foram analisados dados de uso da terra na unidade em três momentos distintos: antes da implementação da UC, 10 anos depois de sua criação, e aos 15 anos de seu plano de manejo. Por fim, foi realizado o estudo da atual conjuntura de usos do território. Para tanto, foram realizadas entrevistas com moradores da APA e órgãos de gestão, bem como levantamento de informações em campo, onde as impressões dos pesquisadores contribuíram para a elaboração de um mapa dos usos do território. Para além da distribuição geográfica dos tipos de uso e cobertura, os usos do território nos permitiram entender como, de fato, os diferentes sujeitos sociais usam o território: como se relacionam com ele e entre si, e de que forma isso reflete no ambiente em que vivem. Isso possibilitou a identificação de áreas de expansão de uso e conflito entre os usos identificados, bem como a percepção da pressão sofrida pelos remanescentes naturais dentro da UC. Essa perspectiva analítica mostrou-se importante instrumento potencial para a gestão de áreas protegidas, principalmente naquelas que preveem o uso direto dos recursos naturais e permitem a manutenção da propriedade privada dentro de seus limites.
19. PESCA ARTESANAL E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: POTENCIALIDADES, LIMITES E CONTRADIÇÕES DA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA DE ITAIPU, NITERÓI/RJ
Autor: RAFAEL BARSOTTI DE OLIVEIRA CASTRO TORRES
O munícipio de Niterói é divido em 5 regiões de planejamento. Na região chamada de “Oceânica” se encontram a Reserva Extrativista Marinha de Itaipu (RESEX-Mar), categorizada enquanto Unidade de Conservação de Uso Sustentável, e os pescadores artesanais da mesma localidade. Situados numa área de expansão urbana recortada por diversos maciços e serras, e composta por algumas Unidades de Conservação, os pescadores tradicionais artesanais de Itaipu se viam, já há algumas décadas, sobre pressão proveniente de diferentes origens. Em terra, o processo de expansão urbana, alicerçado na especulação imobiliária, intensificado com a construção da ponte RioNiterói em meados da década de 70, tem fundamentado um rearranjo na organização da Região Oceânica e do próprio bairro de Itaipu, gradativamente mais centrados nos condomínios fechados voltados à classe média. Por outro lado, em mar, a competição com a pesca industrial, que apresentou crescimento exponencial nas últimas décadas no litoral da região, cada vez mais ameaçava a sobrevivência de seu modo de vida e reprodução social. Em grande desvantagem frente a estes atores e processos, os pescadores artesanais de Itaipu demandaram e, após quase 20 anos, conseguiram fazer com que fosse criada a Reserva Extrativista Marinha de Itaipu, instituída em 2013, com o objetivo de proteger os “meios de vida da população de pescadores artesanais de Itaipu e garantir a exploração sustentável” dos recursos naturais da região (RIO DE JANEIRO, 2013). Nesse conjuntura, este trabalho objetiva a compreensão das dinâmicas envolvendo a criação e gestão da Reserva Extrativista Marinha de Itaipu e sua relação com a reprodução social da população local de pescadores artesanais. Além deste objetivo, foram objetivo específicos a compreensão das características históricas das pesca artesanal de Itaipu, suas transformações e condições pretéritas à criação da unidade; o entendimento e reflexão acerca da relação da pesca artesanal com as RESEXs-Mar e Unidades de Conservação e suas questões no contexto brasileiro; e, por último, a compreensão do processo de instituição e gestão da RESEX-Mar de Itaipu, buscando evidenciar seu potencial, complexidades e contradições. Para tal, foi realizado ampla revisão bibliográfica sobre a pesca artesanal em Itaipu e no Brasil e as RESEXs-Mar. Foram realizados também trabalhos de campo, entrevistas com pescadores artesanais locais, funcionários da RESEX, participação em reuniões do Conselho Deliberativo da Unidade e tomada de registros visuais. Ainda foram usadas técnicas de geoprocessamento com o software ArcGis 10.2 e imagens do Google Earth Pro para produção de mapas e imagens georreferenciadas. Como resultado, conclui-se que a gestão da reserva é dotada de um caráter extremamente complexo, devido à sua conjuntura de criação e ao contexto urbano local. Dessa forma, a RESEX ainda não consegue cumprir seus objetivos de proteger os meios de vida dos pescadores e conservar os recursos naturais, porém apresentando potencial para tal finalidade.
20. TERRITÓRIO E (IN)JUSTIÇA AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DOS CONFLITOS AMBIENTAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Autora: RAFAELA TAVARES FERREIRA
Os conflitos envolvendo a questão ambiental vêm despontando no cenário mundial devido à sua notória ascensão nas últimas décadas. Antes visto por muitos apenas como fonte inesgotável de recursos, o meio ambiente agora desperta preocupação de diversas áreas do conhecimento, devido à sobrecarga em seu uso e manejo, e à eclosão de diversos conflitos em torno do direito de usufruir de seus recursos. Os desencadeamentos desses conflitos acabam desenhando uma nova geografia, pois afetam diretamente a produção e o uso do espaço. Buscando elucidar a distribuição espacial dos conflitos ambientais que ocorrem no Brasil, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) produziu, em 2010, o “Mapa de conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde no Brasil”, principal fonte de dados utilizados nessa pesquisa. Comunidades e povos tradicionais, pequenos produtores e comunidades urbanas de baixa renda são as principais vítimas dessa distribuição desigual dos danos e riscos intrínsecos a esse processo de acumulação. Este cenário de conflito leva à construção de novos sujeitos no processo de luta e resistência que se evidenciam no mapeamento feito pela FioCruz. Em meio a muitas perguntas, (in)certezas e inquietações, chegamos à nossa questão central: qual é o papel desempenhado pelo território nos conflitos ambientais no Rio de janeiro? Desta forma, nosso objetivo geral, associado a esta questão central, é investigar se os conflitos ambientais no estado do Rio de Janeiro carregam como pano de fundo disputas por território.
21. INDÚSTRIA SIDERÚRGICA E CONFLITOS AMBIENTAIS: O CASO DOS PESCADORES ARTESANAIS DE SANTA CRUZ, BAIRRO DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO - RJ
Autor: RAPHAEL HENRIQUES DA ROCHA
A disputa pelo espaço envolve relações de poder passíveis de análise sob diversos focos, dado o fato de estarem em meio a um processo de produção e, logo, de interação social. Entretanto, dado que nas sociedades capitalistas a mercadoria adquire, por vezes, mais direitos que os próprios indivíduos, cabe refletir sobre o modo como a transformação dos espaços vem ocorrendo e se intensificando, de forma a aguçar, também, a produção dos conflitos daí resultantes. O polo siderúrgico instalado pela antiga TKCSA, atual Ternium, no distrito industrial do bairro carioca de Santa Cruz, à divisa com o município de Itaguaí, no Estado do Rio de Janeiro, foi o objeto de estudo elegido para análise desta monografia, visto os diversos eventos que ocorreram a partir do início de sua instalação. Mesmo as licenças ambientais foram alvo de denúncias e escândalos políticos binacionais. Também protagonizou uma forte repercussão a construção de uma barragem no canal do São Francisco e o status quo autopromovido de dominadora dos recursos hídricos que fluíam pelo canal e que, até então, faziam parte das representações espaciais vividas há gerações na localidade por comunidades pescadoras locais. É a partir da observação e análise do desenrolar dos conflitos que se deu o objetivo para a produção desta monografia.
22. ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE UM QUADRANTE DO BAIRRO DE JARDIM AMÉRICA, RIO DE JANEIRO, RJ, UTILIZANDO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
Autora: TATIANA LOBO DA SILVA
A arborização urbana é um dos fatores levados em consideração para se mensurar a qualidade de vida que uma cidade pode proporcionar para seus moradores. No Rio de Janeiro, o órgão responsável pelos plantios de mudas arbóreas e pelo planejamento da arborização urbana na cidade é a Fundação Parques e Jardins. De acordo com as diretrizes criadas no Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro (2014-2016), projetos de educação ambiental são ferramentas fundamentais para a execução de novos plantios e manutenção de uma arborização sadia e eficaz na cidade. Em março de 2015, a Fundação Parques e Jardins deu início à implantação do projeto “O Rio planta, eu cuido” que visava promover a arborização urbana através de parcerias com os moradores, lideranças locais e rede municipal e privada de ensino, buscando ampliar a consciência ambiental dos cidadãos cariocas com auxílio de oficinais e palestras de educação ambiental. Essa ação almejava reduzir o número de rejeição aos novos plantios e a depredação das mudas arbóreas plantadas nos logradouros públicos. O bairro de Jardim América, zona norte da Cidade do Rio de Janeiro, foi o primeiro bairro a receber o projeto “O Rio planta, eu cuido”. No ano de 2015, o local recebeu 597 novas árvores plantadas pelas suas ruas. O presente trabalho tem como objetivo analisar o plantio dessas árvores depois de 03 anos, observando o desenvolvimento das novas árvores através da mensuração de suas variáveis dendrométricas, como diâmetro a altura do peito (DAP) e altura total (Ht), e do cálculo do Incremento Periódico Anual dessas mesmas variáveis, além de contabilizar o número de árvores perdidas (mortas ou depredadas) e converter essa perda em prejuízo financeiro para a prefeitura. Todas as árvores encontradas após esses três anos foram georreferenciadas e com a obtenção de suas coordenadas geográficas foi possível gerar um mapa ilustrativo das espécies utilizando Sistema de Informação Geográfica. As 101 mudas arbóreas encontradas foram classificadas em cinco famílias botânicas. A espécie com maior desenvolvimento em diâmetro fora o Aldrago e a com maior desenvolvimento em altura o Pau Ferro.
23. ESPACIALIZAÇÃO DOS CASAIS DINKS, POSSE DE BENS E QUESTÕES AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Autor: VICTOR VALENTIM LASSAVAL FARIAS
O Brasil passou por profundas mudanças demográficas no século XX que alteraram significativamente o modo como as pessoas passaram a formar as famílias. De uma família majoritariamente numerosa e rural passamos a ter famílias menos numerosas, em sua maioria urbanas e com maior heterogeneidade na composição familiar. Hoje percebemos famílias menos patriarcais e mais famílias compostas por filho(s) e pai, mãe e filho(s), padrastos, madrastas, casais sem filhos e outros. Isso foi possível graças a uma mudança cultural da sociedade permitida através da revolução sexual feminina, aumento da escolaridade feminina e consequentemente a entrada da mulher no mercado de trabalho, tornando a mulher independente em relação a figura masculina. Sob esse contexto de maior autonomia e queda na taxa de fecundidade, percebe-se a maior ocorrência de casais sem filhos e com dupla renda, chamado pela literatura internacional de DINK – Double Income No Kids. Conforme apontam alguns estudos, a família DINK vem crescendo nos últimos anos apresentando um perfil socioeconômico singular: buscam as moradias com melhores condições de saneamento básico, com entretenimento e lazer, consomem produtos e serviços e em sua maioria são casais jovens. Este trabalho teve por finalidade espacializar os casais DINKs, buscando compreender o perfil socioeconômico bem como a posse de bens no município do Rio de Janeiro. Para este estudo foram utilizados os dados da amostra do Censo Demográfico de 2010. Entretanto, com os dados disponíveis, não foi possível conhecer os verdadeiros casais DINKs, uma vez que não se tem acesso sobre a fecundidade masculina e tão pouco sobre o desejo desses casais gerarem descendentes. Assim esses casais podem estar DINKs no momento da medição, o que não significa que manterão tal situação. Para a mensuração da condição socioeconômica e de posse de bens foram utilizadas estatísticas descritivas de maneira também a comparar com os outros arranjos familiares. Os DINKS concentram-se nos bairros da zona sul, centro, Barra da Tijuca e adjacências, representam 2,35% do total dos arranjos familiares. O perfil de posse de bens da família DINK é superior na maioria dos itens verificados, entretanto, não é destoante quando comparado aos demais arranjos.
24. PROPOSTA METODOLÓGICA DE VALORAÇÃO PARA PSA EM TERRAS PRIVADAS NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE GUAPI-MIRIM
Autora: LAÍS SILVÉRIA DE OLIVEIRA
A Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim está localizada no Estado do Rio de Janeiro, correspondendo a uma área total de 13.930 ha, abrangendo os municípios de Guapimirim, Magé, São Gonçalo e Itaboraí. Nela é possível encontrar áreas de manguezal em diferentes estágios, a maior parte em terras públicas, mas também em áreas de domínio privado, conforme permitido pela categoria da unidade de conservação de uso sustentável. O presente trabalho buscou reunir informações a respeito das possibilidades no âmbito do pagamento por serviços ambientais, nas quais sejam possíveis de enquadrar as terras privadas da APA de Guapi-Mirim. Investigamos se existem opções econômicas interessantes para os proprietários dessas terras, recuperando ecossistemas naturais nessa UC, para tanto delimitando como atributo o estoque de carbono. Foram coletados dados da estrutura arbórea em uma área de 200m², como o DAP (diâmetro a altura do peito) e altura das árvores das espécies de Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle com a finalidade de calcular a biomassa aérea e em seguida o estoque de carbono. Os resultados de 20,7 toneladas de carbono para árvores de L. racemosa e 1,4 toneladas de carbono para a espécie R. mangle foram extrapolados para a área total das fazendas (1.923ha), que juntas equivalem ao tamanho da Estação Ecológica da Guanabara, unidade de conservação que localizada dentro da APA de Guapi-Mirim. Por meio de pesquisa bibliográfica exploratória reunimos informações sobre os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) no Brasil. Como parte dos resultados de nossa pesquisa, verificamos que, no país as informações sobre o tema não aparecem consolidadas, assim como inexiste um controle institucional responsável por monitorar projetos dessa natureza.
Palavras-chaves: Pagamento por serviços ambientais; APA de Guapi-Mirim; mercado de carbono
25. ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL NA BACIA DO RIO IGUAÇU/SARAPUÍ, RIO DE JANEIRO
Autora: Raíssa Kalaf de Almeida
A bacia do Rio Iguaçu/Sarapuí está localizada na parte continental da região noroeste da baía de Guanabara. A área da bacia é uma das áreas de maior ocupação populacional e as águas próximas ao seu exutório apresentam o pior nível de qualidade da água da baía de Guanabara. A região noroeste da baía possui alta concentração de poluição devido à baixa velocidade de correntes nessa região e a consequente estagnação de suas águas nessa região, bem como o despejo de resíduos feito nos rios Iguaçu e Sarapuí. Entender o modo e as condições em que vive a população residente na bacia do Rio Iguaçu/Sarapuí é de grande importância para tentar compreender as causas da poluição que ocorre na baía de Guanabara. Dessa forma, o objetivo do trabalho consiste em identificar as áreas de atenção para desenvolver políticas públicas e ações de melhoria nas infraestruturas de saneamento. Para isso são utilizadas as variáveis de abastecimento de água, esgotamento sanitário e destinação do lixo da região do Censo Demográfico de 2010 empregando como unidade de análise o setor censitário. A metodologia empregada utiliza os índices de Moran global e local para verificar a existência de agrupamento de áreas com a mesma característica. Como resultado verifica-se que na bacia do Rio Iguaçu/Sarapuí os municípios de São João de Meriti, Nilópolis e Belford Roxo apresentam áreas com boa infraestrutura de rede de água. Por outro lado, parte dos municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias que pertencem a bacia precisam de atenção. Os municípios de Belford Roxo, Nova Iguaçu e Duque de Caxias necessitam rever e melhorar as condições de esgotamento sanitário. Considerando a destinação do lixo, parte dos municípios de Belford Roxo, Nova Iguaçu e principalmente Mesquita, Nilópolis e São João de Meriti, possuem boa estrutura de serviço de coleta de lixo. Porém outra parte de Nova Iguaçu, São João de Meriti e o município de Duque de Caxias precisam rever e melhorar a destinação do lixo nesses locais. A metodologia empregada se mostrou eficaz na identificação das áreas pretendidas.
Palavras-chave: correlação espacial; Índice de Moran; saneamento.
Monografias: