ESCOLA NACIONAL DE CIÊNCIAS ESTATÍSTICAS
Pós-Graduação em População, Território e Estatísticas Públicas
Defesa de Dissertação
A Escola Nacional de Ciências Estatísticas convida para a defesa da Dissertação de Mestrado intitulada: “Uma investigação comparativa sobre os jovens que não estudam e não trabalham no Brasil e em 36 países: características estruturais e conjunturais observadas no período 2001-2016”.
Aluno: Marcos Filgueiras de Sousa
Data: 5 de abril de 2018 – Quinta-Feira
Horário: 10h30m
Local: Ence – Rua André Cavalcanti, 106 – Sala 306 – Bairro de Fátima
Resumo da Dissertação: A presente dissertação analisa a população de 15 a 29 anos residente no Brasil que esteve em situação de não estudo e não ocupação no período 2001-2016. Em paralelo são realizadas comparações com este grupo populacional presente em outros 36 países. O grupo populacional estudado é associado à sigla NEET (not in employment, education or training) e possui duas subclassificações: NEETs desocupados (que procuram ocupação) e NEETs fora da força de trabalho ou inativos (que não procuram ocupação). A taxa NEET considera a população nesta situação em relação ao total do grupo etário delimitado. A metodologia utilizada consiste, primeiramente, em aplicar análise de clusters com dados da OECD, OIT e Banco Mundial para caracterizar a taxa NEET dos países em paralelo com indicadores econômicos e sociodemográficos. Em seguida é feito uso de dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e PNAD Contínua, sendo utilizada uma regressão logística para investigar características sociodemográficas dos NEETs no Brasil que estavam fora da força de trabalho em 2016. Por fim, é analisado descritivamente o mercado de trabalho brasileiro, especialmente a taxa de desocupação e a taxa NEET de desocupados. Os resultados apontam que os movimentos da taxa NEET nos países de maior renda são caracterizados principalmente pela conjuntura econômica da desocupação pós-crise de 2008, enquanto que os países em desenvolvimento possuem taxas NEET relativamente altas que persistem mesmo com média/baixa taxa de desocupação, pois neste caso o fenômeno é composto majoritariamente e estruturalmente por jovens fora da força de trabalho. Os resultados mostram que o grupo NEET fora da força de trabalho no Brasil possui grande diferenciação por sexo, havendo proporcionalmente mais mulheres nessa situação (principalmente nos domicílios com rendimento per capita até 1 salário mínimo). O principal motivo de muitas mulheres estarem fora da força de trabalho é devido aos cuidados dos filhos, outros parentes e do domicílio. Também nota-se que o fenômeno NEET é menos frequente em domicílios mais ricos, pois neste caso há viabilidade financeira para acessar serviços estruturais que facilitam a conciliação trabalho-família (tal como educação integral e creche) e possibilitam tempo para ingresso na força de trabalho.
Banca examinadora:
Dr. Miguel Antônio Pinho Bruno (IBGE/Ence/CPG) - Orientador
Dra. Angelita Alves de Carvalho (IBGE/Ence/CPG) - Coorientadora
Dra. Denise Britz do nascimento Silva (IBGE/Ence/CPG)
Dr. Carlos Henrique Leite Corseuil (IPEA)
Coordenação de Pós-Graduação
CÉSAR MARQUES