ESCOLA NACIONAL DE CIÊNCIAS ESTATÍSTICAS
Pós-Graduação em População, Território e Estatísticas Públicas
Defesa de Dissertação
A Escola Nacional de Ciências Estatísticas convida para a defesa da Dissertação de Mestrado intitulada: “Complexo petroquímico do Rio de Janeiro e crise político-econômica brasileira: A cidade de Itaboraí e os conflitos ambientais na Baia de Guanabara na segunda década do século XXI”.
Aluno: Wander de Souza Dias Guerra
Orientador: Rogério dos Santos Seabra
Coorientadora: Letícia de Carvalho Giannella
Data: 21 de março de 2017 – Terça-Feira
Horário: 10h00m
Local: Ence - Rua André Cavalcanti, 106 – Sala 306 – Bairro de Fátima
Resumo da Dissertação: O modelo novo-desenvolvimentista ancorado numa economia neoxtrativista impulsionou, na primeira década do século XXI, a implantação de megaempreendimentos voltados para a exploração e controle de recursos naturais estratégicos, como o petróleo, capitaneados pelo Estado, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento, como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Nesse contexto, foi necessário promover verdadeiros enquadramentos institucionais para garantir a viabilização de megaprojetos. Diversas foram as estratégias utilizadas, tais como a evocação da guerra dos lugares para garantir a instalação do Comperj no município de Itaboraí e a dominação de territórios legitimada pelo Estado na Baía de Guanabara, perpassando pela reestruturação da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro e a flexibilização das políticas ambientais Contudo, com a crise econômica e a instabilidade política que assolam o país desde 2014, mudanças econômicas ocorreram, e isso afetou diretamente o município de Itaboraí. A cidade, que outrora foi signo do progresso nacional, graças aos investimentos do Governo Federal, agora encontra-se estagnada, à sombra de uma enorme frustração. Já para aqueles grupos que resistiram e ainda resistem ao descalabro do Estado na Baía de Guanabara e em Itaboraí, o empreendimento continua sendo símbolo de um desenvolvimento desigual e de uma distribuição desigual dos riscos ambientais. Por meio da articulação entre uma extensão bibliográfica e as experiências empíricas no campo, bem como de entrevistas e visitas, foi possível verificar que um megaempreendimento atua de diversas formas para garantir seus interesses, ao mesmo tempo em que tem diferentes significados para diversos grupos sociais. Por fim, conclui-se que o debate acerca do Comperj é imprescindível, visto que as práticas ainda ameaçam o meio ambiente e o modo de vida de muitas pessoas, mesmo no momento de crise. A discussão também é necessária para revelar a perversidade da guerra dos lugares fomentada pelo capital, após o momento de crise de produção de excedentes.
Banca examinadora:
Dr. Rogério dos Santos Seabra (Ence/IBGE) - Orientador
Dra. Letícia de Carvalho Giannella (Ence/IBGE) - Coorientadora
Dr. Fabio Giusti Azevedo de Britto (Ence/IBGE)
Dr. Glaucio José Marafon (UERJ)
Coordenação de Pós-Graduação
CÉSAR MARQUES