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Seminário Ence: O Brasil tem Insuficiência de Poupança para o seu Desenvolvimento? Limites de um Discurso Pré-Keynesiano Face aos Desafios das Mudanças Demográficas e da Financeirização da Economia

 Escola Nacional de Ciências Estatísticas

Seminário Ence

A Ence tem o prazer de convidar para a palestra: 

O Brasil tem Insuficiência de Poupança para o seu Desenvolvimento? Limites de um Discurso Pré-Keynesiano Face aos Desafios das Mudanças Demográficas e da Financeirização da Economia 

Miguel Antonio de Pinho Bruno 

Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence)

 

Dia: 17/11/2014 – segunda-feira

Horário: 16h00-18h00

Local: Ence – Rua André Cavalcanti, 106 - sala 306 – Bairro de Fátima

Resumo:

O diagnóstico de insuficiência de poupança na economia brasileira é antigo e recorrente nas análises convencionais que se baseiam em fundamentos teóricos neoclássicos. Entretanto, o exame dos fatos estilizados do período recente mostra que as regularidades macroeconômicas relativas à formação e à alocação da poupança não são compatíveis com as concepções pré-keynesianas nem com àquelas derivadas da síntese neoclássica, tal como a teoria do ciclo de vida de Modigliani. Estudos empíricos recentes mostram que a teoria do ciclo de vida não deve ser apreendida como expressão de uma regularidade universal, variando unicamente em função do binômio idade-renda individual disponível. Entre outras evidências empíricas, por exemplo, Kim et al. (2012) e Piketty (2014) mostram que as séries macroeconômicas de longo prazo não permitem suportá-la como “lei econômico-demográfica geral”, válida quaisquer que sejam as estruturas financeiras, de produção e de demanda vigentes.

Um dos fatores explicativos é o fenômeno global da financeirização das economias no século 21, em que os detentores de capital podem revalorizá-lo rapidamente em ativos líquidos e de baixo risco, sem precisarem imobilizar recursos em atividades produtivas, mas geradoras de renda e de emprego necessárias ao desenvolvimento socioeconômico. Nesse contexto, os aumentos da poupança financeira das famílias não impactam positivamente a taxa agregada de investimento da economia, convertendo-se no que Aglietta (2001) denomina por poupança improdutiva. À época em que Modigliani formulou sua teoria do ciclo de vida, o fenômeno da financeirização não se colocava, pois o cenário mundial era movido pelas “economias de rendas de atividade”. Porém, com exceção da Ásia em desenvolvimento, a economia mundial move-se através das “economias de rendas de patrimônio”, daí as tendências de baixo crescimento econômico e a dominância da lógica da acumulação financeira sobre a acumulação industrial.

Destaque-se também, que nas economias avançadas, a financeirização desenvolve-se sob taxas baixas de juros e com base no endividamento privado (famílias e empresas), enquanto no Brasil, o endividamento público interno, onerosamente financiado em termos de prazos e encargos, se converteu no principal eixo da revalorização rentista e financeira dos capitais. Nesse ambiente macroeconômico e estrutural, reformas da previdência social tidas como expediente incontornável à promoção dos sistemas de capitalização e solução para a insuficiência de poupança do Brasil, tendem a elevar as taxas de poupança das famílias mas às expensas das taxas de poupança das empresas. Ganham os bancos e os fundos privados de previdência, perdem as empresas dos setores produtivos, bloqueando a elevação das taxas de poupança e de investimento agregadas. No entanto, na contramão do discurso convencional e da vulgata midiática, as análises baseadas nos aportes teóricos de Keynes, Kalecki e Kaldor concluem que a poupança relevante para o financiamento do desenvolvimento é a poupança empresarial, contabilmente equivalente aos lucros retidos pelas firmas, e não a poupança familiar que, numa economia financeirizada como a brasileira, permanece predominantemente alocada em ativos financeiros de curto e médio prazos completamente desconectados das atividades reais produtivas.

A participação é aberta e contamos com a participação de todos os professores e alunos da pós-graduação, da especialização e da graduação, assim como de todos os funcionários do IBGE.

Informações:

Tel.: 2142-4696 - 2142-4691

e-mail:

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Coordenações da Graduação e da Pós-Graduação

Endereço: Rua André Cavalcanti, 106 - Bairro de Fátima - CEP 20231-050 - Rio de Janeiro