A ENCE tem o prazer de convidar para o Seminário no dia 17 de novembro:
Modelo Regional de Proteção? Oportunidades e Desafios à Integração Socioeconômica da População Venezuelana no Brasil
Palestrante: Gisela P. Zapata
Professora Adjunta do Departamento de Demografia e Pesquisadora do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É doutora em Geografia Humana pela Newcastle University (Reino Unido). Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq e membro-fundadora do Grupo de Pesquisa “Comparative Analysis on International Migration and Displacement in the Americas” [CAMINAR]. Temas de interesse: migração internacional, refúgio, políticas migratórias, nexo migração-humanitarismo-desenvolvimento na América Latina.
Dia: 17/11/2025 – segunda-feira
Horário:16 horas.
Por videoconferência através do link: clique aqui
Resumo: A experiência de acolhimento e integração da população venezuelana no Brasil representa um marco importante na trajetória institucional e normativa da política migratória e de refúgio no Brasil. A Operação Acolhida (2018), coordenada pelo Governo Federal em parceria com as Forças Armadas, organismos internacionais e sociedade civil, constitui o eixo central da resposta brasileira ao fluxo venezuelano. Sua combinação de abrigamento e interiorização voluntária é inédita na região, alcançando mais de mil municípios e articulando dimensões humanitárias, logísticas e de governança migratória. Diferentemente de outros países latino-americanos, que adotaram medidas de caráter temporário e/ou restritivas, o Brasil estruturou uma resposta institucionalizada e cooperativa, ancorada em marcos legais progressistas e em uma gestão multinível. A pesquisa baseia-se em mais de 4,000 entrevistas com pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas, realizadas entre 2021 e 2023. Os resultados indicam avanços na inserção laboral e nas condições de vida desta população, embora persistam desigualdades de gênero, barreiras linguísticas e descompassos entre qualificação e ocupação. Destaca-se a importância da interiorização como instrumento de redistribuição territorial e de ampliação das oportunidades de integração, mas alerta-se para a necessidade de maior coordenação interinstitucional, monitoramento contínuo e políticas locais de inclusão e igualdade de gênero. Apesar das limitações, o modelo brasileiro destaca-se por seu caráter abrangente e por oferecer lições relevantes à governança migratória regional.
Informações:
Tel.: 2142-4696
E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
A participação é aberta a todos os docentes, alunos, funcionários do IBGE e ao público em geral.
Coordenação da Pós-Graduação