A Escola Nacional de Ciências Estatísticas convida para a Defesa de Dissertação de Mestrado intitulada:
Migração, refúgio e redes sociais: trajetórias de migrantes e refugiados venezuelanos no Morro do Banco (Rio de Janeiro – RJ)
Aluno: Nathan Pagliri Raposo de Oliveira de Souza
Data: 30 de Abril de 2025– Quarta-Feira
Horário:09h00m
Resumo:A crise humanitária venezuelana iniciada na primeira metade da década de 2010 ocasionou um grande fluxo emigratório do país. Os deslocamentos receberam notoriedade internacional e houve engajamento de iniciativas conjuntas dos entes federativos, organizações internacionais, organizações da sociedade civil, entidades privadas e filantrópicas. O país, dependente das exportações de petróleo no mercado internacional, passou de um período de prosperidade nos anos 2000 durante o Governo de Hugo Chávez, para uma nação com piora das condições socioeconômicas, altos índices de inflação, desemprego e fome no início da década seguinte. Como potência regional da América do Sul, o Brasil recebe um crescente fluxo destes emigrantes desde 2018, tornando-se, em 2020, o país que mais reconheceu pedidos de refúgio de venezuelanos na América Latina, de acordo com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE). O crescimento de fluxos imigratórios no Brasil, na primeira metade da década de 2010, aumentou as pressões por reformulações nas políticas migratórias do país, o que culminou, por exemplo, na aprovação da Lei 13.445/2017 e na criação da Operação Acolhida. Desde a partida de sua terra natal, os venezuelanos se interconectam por múltiplas redes sociais, as quais encorajam novos deslocamentos, orientam os fluxos, facilitam a integração no território receptor, diminuem os riscos associados à migração e conferem, aos migrantes e refugiados, ganhos para além de econômicos. Através da aplicação de método qualitativo, com entrevistas do tipo trajetórias de vida, foi possível identificar a atuação das redes sociais nas experiências migratórias de venezuelanos residentes no Morro do Banco, comunidade do Itanhangá, zona oeste do Rio de Janeiro, de modo a evidenciar aspectos de integração dessa população na cidade e de reprodução de suas comunidades de origem nos locais de destino. O trabalho aponta, ainda, para a falta de políticas públicas voltadas para o acolhimento e inserção socioeconômica da população migrante e refugiada a nível local.
Palavras-chave:Venezuela. Migração. Refúgio. Redes sociais. Morro do Banco.
Banca examinadora:
Dr. Cesar Augusto da Silva Marques (ENCE/IBGE) – Orientador
Dr. Gustavo Junger da Silva (DPE/IBGE) – Coorientador
Dra. Ana Carolina Soares Bertho (ENCE/IBGE)
Dr. Vicente Neves da Silva Ribeiro (UFFS)
Coordenação de Pós-Graduação
Angelita Alves de Carvalho