Aluno(a): Felipe Sodré Mendes Barros
Resumo
Incêndio florestal é definido como qualquer incêndio não controlado onde a vegetação é o principal combustível de queima. O mesmo é tema de extrema importância nas pautas de gestão territorial e ambiental do Brasil, uma vez que o Brasil possui 10% das espécies de plantas terrestres conhecidas, sendo 56% delas endêmicas e 6% consideradas raras. Assim, a presente pesquisa tem como objetivos identificar (a) o padrão de distribuição e dependência espacial dos focos de incêndio ocorridos de 2012 e de seis espécies da flora ameaçada de extinção, (b) o padrão de distribuição dos registros de ocorrência das espécies selecionadas para, enfim, (c) analisar o grau de exposição de tais espécies aos focos de incêndios. Para tal utilizou-se o estimador Kernel, a função L uni e bivariada, respectivamente. Para as análises realizadas com a função L, foram geradas 99 simulações Monte Carlo baseadas pelo modelo teorético de distribuição espacial completamente aleatória, nos dando nível de significância de 2% para as estimações que desviem de tal modelo. Inferiu-se que todos os processos analisados (tanto os incêndios florestais, quanto as espécies estudadas) refutam a hipótese de estacionaridade e isotropia, presentando, portanto, dependência espacial com intensidade variável na área de estudo, assim como evidenciou-se a tendência de interação positiva em pequenas distâncias entre os registros das espécies estudadas. Com relação ao grau de exposição da flora aos incêndios, presume-se a tendência de interação aleatória entre ambos os processos em pequenas distâncias, seguindo para tendência de inibição em distâncias maiores à exceção das espécies Thryallis laburnum e Micropholis splendens que evidenciaram a tendência de interação positiva com os focos de incêndio de 2012. Conclui-se, portanto, que por mais que apenas a ultimas espécies tenham apresentado tendência de interação positiva com os incêndios, todas as demais apresentaram interação aleatória em distâncias pequenas, o que pode ser entendido, como havendo interação, mas com menor intensidade, uma vez que não há inibição da interação entre os eventos de ambos os processos desde pequenas distâncias. Como tal pesquisa se limite ao recorte temporal de 2012 e a apenas seis espécies, é importante expandi-la para uma gama maior de espécies e em diferentes recortes temporais.
Banca examinadora:
Prof. Daniel Takata Gomes (ENCE/IBGE) – Orientador
Profa. Luciana Mara Temponi de Oliveira (CREN/DGC/IBGE)
Profa. Marinez Ferreira de Siqueira (IPJB)
Prof. Miguel D’Avila de Moraes (CNC Flora)
Dia: 1 de outubro de 2013 – terça-feira
Horário: 14:00 horas
Local: ENCE - Rua André Cavalcanti, 106 – Sala 306 – Santa Teresa