A ENCE tem o prazer de convidar para o Seminário no dia 13 de maio:
Políticas alvejantes:
Planejamento Urbano na Região Central da cidade do Rio de Janeiro nos séculos XX e XXI e seus impactos sobre a população negrl
Palestrante: Rolf Malungo de Souza
Doutor em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente é expert consultant - Syracuse University e professor da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: Antropologia, Gênero, Masculinidade, Sociabilidade, Antropologia Urbano, Direito à Cidade e Direito a Moradia e Administração Institucional de Conflitos Sociais, Relações de Gênero e Raça/Etnia.
Dia: 13/05/2024 – segunda-feira
Horário: 16 horas.
Por videoconferência através do link https://ibge.webex.com/weblink/register/rbef47069f1765203ab91dc315a7825b9
Resumo: As Políticas de Planejamento Urbano promovidas pelo Estado Brasileiro que expulsaram comunidades inteiras de seus locais de moradia, ocorridas durante todo o século XX e continuando no século XXI na Região Central da cidade do Rio de Janeiro, constituem-se em processos que têm impactos diferenciados na cena urbana e que ainda seguem a mesma estratégia contra aqueles que são considerados indesejáveis na cidade. Uma das consequências deste pensamento foi expulsar estes moradores gradativamente da Região Central da Cidade do Rio de Janeiro, que era composta majoritariamente por pessoas negras, dilapidando um território que ficou conhecido como a Pequena África, cuja construção tem início com a chegada de africanos que desembarcaram no antigo Cais do Valongo, na condição de escravizados e, após a Abolição, continuaram chegando em sucessivos movimentos migratórios de outras regiões do estado e do país, além do fluxo contínuo de pessoas oriundas de outros bairros da própria cidade do Rio de Janeiro. Esta região que durante o século XX e as primeiras duas décadas do século XXI foi e continua sendo sistematicamente destruída por políticas públicas que redundaram no que chamo de políticas alvejantes, uma vez que a população de origem europeia, a maioria portuguesa foi menos impactada, ao contrário da população de origem africana que foi deslocada e gradualmente substituída por pessoas brancas de outros lugares da cidade, restando, assim, à população negra ir para morros e favelas próximos ao Centro ou para bairros distantes da cidade ou da Baixada Fluminense. As lutas pelo direito de morar na Região Central ainda continuam. Grupos de pessoas sem-teto, organizados por movimentos sociais utilizam a ocupação de prédio abandonados para de um lado pressionar o Estado para abrir frentes para discutir o Direito à Moradia (direito garantido na Constituição) e, ao mesmo tempo, garantir moradia a estas pessoas, na sua maioria, mulheres negras.
Informações:
Tel.: 2142-4696 ou 2142-4691
E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
A participação é aberta a todos os docentes, alunos, funcionários do IBGE e ao público em geral.
Coordenações da Graduação e da Pós-Graduação