ESCOLA NACIONAL DE CIÊNCIAS ESTATÍSTICAS
Pós-Graduação em População, Território e Estatísticas Públicas
Defesa de Dissertação de Mestrado
A Escola Nacional de Ciências Estatísticas convida para a Defesa de Dissertação de Mestrado intitulada: “Na Fé De Zambi E Oxalá, Abram-Se Os Caminhos: Arte E Decolonialidade Na Pequena África”
Aluna: Flávia Tostes Fontes de Andrade
Data: 09 de maio de 2023 – Terça-Feira
Horário: 16h00m
Local: ENCE – Rua André Cavalcanti, 106 - sala 306 (Auditório) – Bairro de Fátima
Resumo: Desde o século XIX, com a instalação da política higienista, a Pequena África tem sido associada a um território ocioso e com classes perigosas (os não civilizados, pobres e negros). O racismo – com seu poder de corte e de segregação – normaliza projetos que visam exclusão e a “limpeza” dos territórios em prol do Outro. Justifica também, o extermínio e domínio de uma cultura, nos fazendo acreditar que há um padrão cultural a ser seguido e quais representações no espaço são aceitas e quais são negadas. Dessa forma, são diversos os movimentos que agem neste território disputando suas memórias. Os lambes neste território intervêm promovendo um jogo de deslocamento afirmando outras formas de se apresentar no espaço e criando outros signos. Eles abriram uma gama de sentidos para se pensar a partir do cruzo ancestralidade-decolonialidaderesistência-situação. Eles reproduziram outros “hábitos”, outros usos para a natureza dos corpos e dos saberes na Pequena África. Nesse sentido, esta dissertação possui como Bateria (objetivo geral) analisar as produções artísticas na Pequena África, entendendo-a como uma ferramenta de resistência contra a dominação do território pautada na colonialidade do poder. Pode-se analisar que a Pequena África é muito mais do que um espaço demarcado e concebido, ela é referência de um amplo contexto cultural que se afirma. No espaço de representação dela vivem os saberes que circulam; as formas de apropriação do espaço; a construção de identidade comunitária dos que tiveram seus laços associativos quebrados pela escravidão; hábitos cotidianos; forma de cultuar, beber, vestir, sambar, produzir arte. Concluímos que arte torna-se um instrumento importante para lutarmos contra o racismo, etnicídios e epistemicídio que estão ocorrendo em nossas cidades, à medida que a modernidade/colonialidade busca construir espaços genérico, homogeneizador e consensual, isento de historicidade, de interferências ancestrais e de laços mediados pela memória subterrânea no território.
Palavras-chave: Pequena África; Decolonialidade; Território; Ancestralidade; Racismo.
Banca examinadora:
Dr. Romay Conde Garcia (ENCE/IBGE) – Orientador
Dra. Barbara Cobo Soares (ENCE/IBGE) – Coorientadora
Dra. Letícia de Carvalho Giannella (ENCE/IBGE)
Dra. Cristina Lontra Nacif (UFF)
Dra. Dulce Santoro Mendes (IBGE)
Angelita Alves de Carvalho