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Defesa e Monografia da Especialização de Alice Barreto Arruda Campos

Pós-Graduação Lato Sensu em Análise Ambiental e Gestão do Território

Apresentação de Monografia

A Escola Nacional de Ciências Estatísticas convida para a apresentação da monografia final do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Análise Ambiental e Gestão do Território intitulada: Bacia do rio Cuiabá (Petrópolis-RJ): um estudo sobre respostas e recuperação de sistemas ambientais.

 

Aluna: Alice Barreto Arruda Campos

Data: 22 de Fevereiro de 2022 – Terça-feira

Horário: 16h00m

Local:Por videoconferência

 

Resumo: O desastre é considerado como uma grave perturbação na sociedade, envolvendo grandes perdas e danos humanos, materiais e ambientais. Visto a exposição dos sistemas a perturbações, vulnerabilidades e os riscos associados, é importante que se compreenda a relação dos impactos com suas respostas que, em última análise, se refletemna capacidade de antecipação, reação e recuperação. Nesse sentido, a bacia hidrográfica configura um sistema ambiental que pode trazer contribuições relevantes sobre a resposta a grandes impactos. Em janeiro de 2011, ocorreu um dos desastres mais marcantes na história do país, quando foram deflagrados extensos movimentos de massa, que, associados a grandes declividades e vales estreitos, resultaram em números trágicos de mortos, desabrigados e desalojados e um enorme rastro de destruição. Das áreas mais atingidas está o Vale do Cuiabá, em Petrópolis. O objetivo deste trabalho é avaliar a recuperação de um sistema ambiental a partir de um desastre, utilizando a bacia hidrográfica do rio Cuiabá como estudo de caso. A presente pesquisa, iniciada em 2021, partiu de dados disponíveis na literatura sobre os aspectos físicos-ambientais da bacia do rio Cuiabá antes do desastre, referência chave para o reconhecimento das mudanças na área e engrossa as discussões que ocorreram em função dos 10 anos do desastre. Foram utilizadas imagens orbitais da bacia do rio Cuiabá de 1996, 2010, 2011, 2016 e 2021, para acompanhar e analisar as mudanças do uso e ocupação do território antes e após o desastre com o auxílio de um software SIG. A metodologia foi a de classificação semiautomática, utilizando-se como base o mapa de Uso e Cobertura do Solo elaborado por Botelho (1996). Além disso, foi realizado um campo virtual na área de estudo por meio do Street View e do Google Earth para observação e captura de registros fotográficos dos cenários multitemporais possíveis, assim como um levantamento paralelo de vídeos sobre o desastre. Após a tragédia, ainda no ano de 2011, verificou-se que o rio Cuiabá foi fortemente afetado com grande acúmulo de sedimentos, margens desestabilizadas e elevado grau de turbidez das águas. A área correspondente à sua planície anterior foi soterrada e mobilizada durante e após o evento e encontra-se elevada em até 4,5 metros de altura, não sendo mais possível identificar os solos que anteriormente a ocupavam. Além disso, parte da vegetação foi arrancada pela força das corridas e muitas árvores foram soterradas na altura do tronco. Ainda que algumas intervenções tenham sido realizadas na tentativa de assegurar melhores condições para os moradores da região, muitas marcas da tragédia permanecem. Em contraponto, há indícios de negligência e má execução das obras pelo poder público. Várias casas foram condenadas e nota-se a persistência de pessoas ao construírem ou reformarem as ocupações onde ocorreu a devastação. Simultaneamente, fazendas e pontos turísticos foram reconstruídos mais rapidamente. Ao longo dos anos, repara-se uma recuperação mais consistente em áreas de encostas sem interferências humanas. Por outro lado, áreas de margem do rio passam por uma recuperação mais lenta, com tentativas de revegetação por gramíneas ao mesmo tempo em que lidam com processos erosivos persistentes.

Palavras-chave: desastre, movimentos de massa, bacia hidrográfica, recuperação

Banca examinadora:

Dra. Rosangela Garrido Machado Botelho (DGC/IBGE) – Orientador

M. Sc. Darlan Miranda Nunes (UFV) – Coorientador

Dra. Kátia Regina Góes Souza (DGC/IBGE)

Dra. Nadja Maria Castilho da Costa (UERJ)

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